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domingo, 22-12-2024
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Biografia

Biografia
                  

Ramada Curto  
[Lisboa, 1886 - Lisboa, 1961]  

Advogado, político, novelista e cronista, é sobretudo como dramaturgo – operoso durante meio século – que o seu nome é de obrigatória citação numa história da literatura.

Entre O Estigma, com que em 1905 se estreou no espectáculo inangural do Teatro Moderno, dirigido por Araújo Pereira, e Fogo de Vistas, que subiu à cena em 1956 escreveu três dezenas de peças, algumas das quais coroadas por grandes êxitos de público e a que ele próprio aplicou o rótulo de «burguesas» por se passarem «entre burgueses, num meio burguês, estudando, com processos naturalistas, aspectos frisantes duma decomposição social».

Mas, com todas as suas virtudes (entre as quais avultam a fluência do diálogo e a forte construção das personagens) e defeitos, o seu teatro documenta fielmente as contradições e limitações da sociedade portuguesa do tempo em que foi escrito e representado, sem que consiga superar, estética e ideologicamente, umas e outras. Cedendo por vezes ao oportunismo (O Caso do Dia, 1926; Sua Alteza, 1930; Recompensa, 1938), a um fantástico de gosto duvidoso (O Diabo em Casa, 1931; Colombina e o Telefone, 1940) ou a um fácil sentimentalismo (A Fera, 1923; Justiça, 1927; O Sapo e a Doninha, 1929; As Meninas da Fonte da Bica, 1948), há nele, contudo, acentos de autêntica humanidade em peças como O Homem Que Se Arranjou ou Demónio (1928), A Cadeira da Verdade (1932) ou Sol Poente (1934).

Mencionem-se ainda, noutras áreas da criação literária, as crónicas reunidas sob o título genérico de O Preto no Branco (1944), o Diário de José Maria (1941) e, entre outras novelas de fruste expressão, Bianca Capelo (1933).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994