Hermano Neves
[Alvares, Góis, 1884 - Lisboa, 1929]
Jornalista.
Frequentou a Escola Politécnica, onde não teve grande aproveitamento, começando a revelar aptidões artísticas e literárias. Alguns dos seus versos dessa época foram divulgados em publicações diversas e os seus desenhos humoristas na Comédia Portuguesa, com o pseudónimo R. Mano com que fundou a revista Pst.
Seguiu então para Berlim onde se formou em Medicina e foi correspondente dos jornais Diário de Notícias e Paiz. Nunca chegou a exercer a medicina mas chegou a ter uma efémera passagem pela Faculdade de Medicina de Lisboa, onde foi assistente de Anatomia. Enveredou, pois, de alma e coração pelo jornalismo, ingressando no Dia e depois no Século, do qual havia de transitar para o Mundo e depois para A Capital. Com Herculano Nunes fundou o Fora da Lei! (dois números em 1915), e, mais tarde, o jornal Vitória (1919-22).
Viajou pela Europa, Brasil e África. Fez reportagens notáveis tanto de acontecimentos nacionais, como a proclamação da República. Em 1914, quando rebentou a Grande Guerra, foi enviado para França, donde escreveu notícias, artigos, crónicas e entrevistas. Partiu depois para Angola, quando Norton de Matos assumiu as funções de Alto-Comissário, prestando-lhe importante colaboração. De regresso à Metrópole, não voltou ao jornalismo, desenvolvendo, no entanto, grande actividade na imprensa clandestina contra a ditadura implantada em 1926.
Traduziu e adaptou do alemão algumas peças de teatro: O Primeiro herdeiro, Heróis do Mar, A Princesa do Circo, Domador de Sogras, etc.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
04/2015