Orlando Vitorino
[Almeida, 1923 - Lisboa, 2003]
Dramaturgo e ensaísta.
Licenciado em Filologia Românica e em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Lisboa, esteve intimamente ligado ao movimento conhecido por Filosofia Portuguesa.
Desde sempre interessado pelo teatro, fez crítica teatral para a então Emissora Nacional entre 1945 e 1953 e dedicou-se à encenação e à direcção teatrais, tendo dirigido o Teatro de Arte de Lisboa, onde encenou importantes peças do tesouro dramático internacional. Dedicou-se igualmente ao cinema, tendo realizado e produzido filmes como Alentejo Não Tem Sombra, Onde Vais, Maria? e Eu Fui ao Jardim da Celeste.
Como pensador, por vezes provocatório mas sempre original, dirigiu ou co-dirigiu revistas como Acto (1951-1952), Teoremas da Filosofia (1969), A Ilha (1972-1973) ou Escola Formal (1977), a que imprimiu a sua marca algo anarquizante, abordando temas que vão da Estética à Filosofia do Direito, tomando como alvos predilectos o ensino universitário e as instituições que lhe são periféricas, postura que mantém na sua obra ensaística publicada em livro.
Colaborou também em Cidade Nova: Revista de Cultura (1949), 57: Actualidades, Filosofia, Arte e Ciência, Literaturas (1957-1962) e Espiral (1964-1966).
Como dramaturgo foi, até pela sua marginalidade em face das correntes até aí dominantes, uma das revelações do início da década de sessenta, sendo que «o seu teatro se caracteriza por uma permanente busca de autenticidade dos seres para além de todas as aparências do jogo social» (Roteiro da Literatura Portuguesa, 1995).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998