Alberto de Oliveira
[Porto, 1873 - Porto, 1940]
Escritor e diplomata.
Frequentou a Universidade de Coimbra, onde colaborou na revista Boémia Nova, de 1889, veículo propagador de um certo decadentismo e das ideias do chamado nacionalismo literário, lusitanismo ou neo-romantismo. Aliás, o próprio A. de O. lançou a designação de «neogarrettismo», que, em sentido lato, se confunde com o lusitanismo e que esteve em voga nas primeiras décadas do século XX.
Preconizou um abandono dos modelos franceses e um retorno às tradições nacionais de gosto popular, à maneira garrettiana, mas sem deixar de pensar Portugal enquanto realidade cultural inserida na Europa e no Mundo. O nacionalismo era encarado como uma doutrinação necessária por Alberto de Oliveira. Pascoaes seria influenciado por este movimento na fundação do seu saudosismo.
É a obra Palavras Loucas, de 1894, que espoleta todo este movimento que politicamente atribuía à descentralização (através do municipalismo e do regionalismo) o papel fundamental de despertar a Nação. Aí se faz, dentro do mesmo espiríto, o elogio da língua portuguesa e de António Nobre (de quem o autor era amigo íntimo).
Colaborou na adaptação do Suave Milagre com o conde de Arnoso, representada em 1910 no Teatro Nacional. Escreveu páginas de memórias sobre o período em que foi cônsul de Portugal no Rio de Janeiro. Foi considerado como um letrado de gosto aristocratizante, como Eça de Queirós, que muito admirou e sobre quem publicou um formoso livro: E. de Q. (Páginas de Memórias), 1919.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994