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sábado, 27-04-2024
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Biografia

Biografia
                  

Alfredo Brochado  
[Amarante, 1897 - Lisboa, 1949]  

Alfredo Brochado
Estudou em Coimbra, onde se licenciou em Direito, e, embora com retornos irregulares a Amarante, fixou-se em Lisboa, primeiro como funcionário superior do Tribunal de Contas, depois como chefe de secretaria da Procuradoria-Geral da República. Frágil, introvertido, doentiamente instável, viu agravarem-se as crises neurasténicas na décadade 40 e acabou no suicídio porventura precedido de enlouquecimento.

Constante, nele, só o gosto da criação poética, seguindo a convicção espontaneísta que confidenciava: «Aconteceu-me hoje este poema!» (testemunho de Augusto d'Esaguy). Daí que, além de ter sido redactor da revista literária Gazeta dos Caminhos de Ferro, dispersasse colaboração por vários jornais e revistas, como Flor do Tâmega, A Águia, Semana Portuguesa, Seara Nova, Diário de Lisboa, Diário Popular, O Primeiro de Janeiro, República, etc.

Por 1920 aparece associado às iniciativas literárias de Coimbra, sendo um dos fundadores da Ícaro e colaborador de A Tradição. Em 1921 publica a «ode» neo-romântica O Sangue dos Heróis, recitada em Amarante, e começa a enviar poemas à Águia. Os poemas dispersos foram parcialmente coligidos no livro póstumo Bosque Sagrado (Lisboa, 1949); um ano depois, o volume colectivo Leonardo Coimbra. Testemunhos dos Seus Contemporâneos inseria um breve depoimento seu «A última vez que vi L. C.»; e em 1952, graças a Zur-Aida Esaguy, foi editado um texto juvenil à maneira de Maeterlinck, «Diálogo antigo», entre o quadro dramático e o poema em prosa.

Conterrâneo de Pascoaes, este logo o inclui, em Os Poetas Lusíadas, entre as promessas do período neo-sebastianista, e, mais tarde, prefaciando Bosque Sagrado, não se coíbe de considerar que Brochado pertence ao número dos autênticos poetas cujo destino é «verbalizar o inefável». Mas é equívoca a aproximação entre a poesia de Pascoaes ou o saudosismo e a obra incerta de Brochado. O próprio poeta, em textos como «Imperfeição», denuncia a condição dúplice de matriz romantico-decadentista e que, tendo embora por horizonte ideal outra poesia visionária, não se ilude quanto à distância a que dela se queda. Pela idiossincrasia, pelo destino, pela temática e pela imagística depressivas da sua poesia, bem o podemos situar, como A. d'Esaguy, na linhagem de José Duro, Costa Alegre, M. Laranjeira...
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994