Leonardo Coimbra
[Borba de Godim, Lixa, Felgueiras, 1883 - Porto, 1936]
Fez os estudos secundários em Penafiel e frequentou depois a Universidade de Coimbra, a Escola Naval de Lisboa, a Escola Politécnica do Porto e o Curso Superior de Letras. Exerceu o magistério liceal no Porto e em Lisboa e foi professor e director da Faculdade de Letras do Porto (1919-1931), que criara quando ministro da Instrução Pública (1919), cargo que voltou a exercer em 1922-1923. Foi um dos fundadores da «Renascença Portuguesa» e deputado em duas legislaturas (1919 e 1922). Pouco antes de falecer num desastre de automóvel na serra de Baltar, convertera-se ao catolicismo.
Orador, professor e filósofo excepcionalmente dotado, deixou-nos a obra especulativa mais importante, original e removedora da primeira metade do século XX e formou um escol de discípulos – Newton de Macedo, Delfim Santos, José Marinho, Álvaro Ribeiro, Sant'Anna Dionísio, Augusto Saraiva e António Dias de Magalhães – cujo pensamento marcou decisivamente as mais recentes décadas.
O sistema flosófico criacionista, que veio desenvolvendo desde 1912, é uma forma pessoal de idealismo radicado numa noção aberta e dinâmica da razão e numa ontologia pluralista e ascendente, coroada por uma teodiceia de inspiração franciscana e cristã, que não exclui um fundo sentido cósmico.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994
