Vasco de Mendonça Alves
[Lisboa, 1883 - Lisboa, 1962]
Estudante da Faculdade do Direito da Universidade de Coimbra, foi um dos «quartanistas de 1905 que celebraram o enterro do grau» e surgem em Costumes Académicos de Antanho: 1898-1950 de Diamantino Calisto; dele e de José de Ataíde Ramos de Oliveira é a peça de teatro – dividida em prólogo, 3 actos e 4 quadros – Terra de Amores, representada em Coimbra a 13 de Maio de 1906 e referida em As Récitas do V Ano de A. Carneiro da Silva. De Coimbra regressa a Lisboa sempre preso ao teatro: a 12 de Abril de 1909 é representada a sua peça (Último Amor; e em 1946 é conservador do arquivo, da biblioteca e do museu do Teatro Nacional de São Carlos. Grande dramaturgo, surge nas Memórias de Eduardo Brasão Que Seu Filho Compilou e nas Memórias de Adelina Abranches - Apresentadas por Aura Abranches, na História do Teatro Nacional D. Maria II de Matos Sequeira e no Dicionário do Teatro Português, direcção de Luiz Francisco Rebello. Dele foram editadas as seguintes peças de teatro: Filhos (Lisboa, 1910), drama em 5 actos, representado no Teatro Nacional de D. Maria II em 21 do Abril de 1910; A Conspiradora (Lisboa, s/d.), em 4 actos, representada no Teatro do Ginásio em 28 de Marco de 1913; Noite de Santo António (Lisboa, 1920) em 4 actos, representada no Teatro da República a 10 de Fevereiro de 1916; Sedutores (s/l., s/d.; separata da Revista de Teatro), drama em 4 actos, representado no Teatro Nacional de São Carlos a 20 de Julho de 1921; Bodas de Oiro (Lisboa, s/d.), em 4 actos; «Perdoai-nos, Senhor...» (Lisboa, 1927), em 4 actos, representada no Teatro da Trindade na época de 1927-1928; Meu Amor É Traiçoeiro (Lisboa, s/d.), em 3 actos; Vila Viçosa (Lisboa, s/d.), em 3 jornadas, «para ser incluído nas Comemorações Centenárias», de 1940. Consagrou toda a vida ao teatro. As suas peças são aplaudidas em Portugal e no Brasil e, em 1962, quando morre, uma das suas peças mais aplaudidas é representada em Madrid: Meu Amor É Traiçoeiro, peça em que surgem Ilda Stichini e Laura Alves; às suas peças ficam associados grandes vultos da cena portuguesa: Lucinda Simões – a uma tia e à memória desta actriz dedica A Conspiradora –, Adelina, Maria Matos, Eduardo Brasão, Carlos Santos, Alves da Cunha, Ângela Pinto, Amélia Rey Colaço, Erico Braga, Samwell Dinis. A ele, a Gino Saviotti e a Luiz Francisco Rebello se deve a fundacão do Teatro-Estúdio do Salitre, que após a guerra de 1939-1945 e até final da primeira metade do século XX deixou um sulco na história do teatro português. Enriquece o teatro histórico português (com a peça A Conspiradora, por exemplo).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994