Helder Prista Monteiro
[Lisboa, 1922 - Lisboa, 1994]
Médico de profissão, o encontro com o teatro do «absurdo» (Ionesco, Beckett...) foi o detonador que fez despertar a sua vocação dramatúrgica, manifestada em várias peças que, no essencial, se mantêm fiéis ao espírito e a certas características do movimento: a (des)construção das situações, das personagens e do diálogo, aquelas desligadas dos esquemas psicológicos convencionais, este apoiado na elipse, na sucessão de monólogos entrecortados, no uso (e abuso) de interjeições e onomatopeias.
Entre 1959 e 1960 escreveu cinco peças num acto: Os Imortais (publicado em 1968), A Rabeca, O Anfiteatro, O Meio da Ponte (levadas à cena em 1966 e publicados conjuntamente em 1970) e A Bengala (publicada em 1972), a que se seguiram – pela ordem de escrita – Folguedo do Rei Coxo, em 5 quadros, e O Colete de Xadrez, em 3 actos (1961 e 1963, editadas conjuntamente em 1983), O Candidato, em l acto (1972, publicada em 1984), Os Faustos, em 2 actos (1977, publicado em 1979), O Fio ou as Doze Chávenas de Porcelana Chinesa da Dinastia dos Ming, em 3 actos (1978, publicado em 1980), A Caixa, em 2 actos (1979, publicado em 1981), O Mito e Naturalmente! Sempre!, ambas em 2 actos (1980 e 1982, editadas conjuntamente em 1988), A Vila, em 2 actos (1985, publicado nesse ano), Não é Preciso Ir a Houston e De Graus, ambas em 2 actos (1986 e 1988, publicadas conjuntamente em 1991).
Algumas destas peças obtiveram prémios da Secretaria de Estado da Cultura, da Sociedade Portuguesa de Autores e de outras entidades.
Fora do campo teatral, publicou em 1977 o ensaio Sonata e Fuga, sobre os últimos momentos de José Régio. Publicou também alguns trabalhos científicos em revistas da especialidade.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998