Pedro Bom
[Lisboa, 1914]
Nome literário de José Manuel da Fonseca. Dramaturgo ligado ao movimento experimental – foi secretário do Estúdio do Salitre e dirigiu vários agrupamentos com essas características –, a ele confinou a sua produção literária, em que avulta o «exercício teatral em duas partes» A Qualquer Hora o Diabo Vem, estreado em 1952 e publicado em 1961, que, pela sua técnica desarticulada, pela utilização literal do convencionalismo cénico, pela despersonalização das personagens, reduzidas a uma intervenção meramente funcional, pode considerar-se o expoente mais típico do movimento. À mesma concepção se reconduzem as restantes peças que escreveu: o «duplo comentário em I acto» Um Banco ao Ar Livre (1947), em cuja autoria colaborou seu irmão Carlos Montanha, a farsa-pantomima A Menina e a Maçã (1948), o «exercício em um prólogo e três partes» Variações (1952), o «episódio» Assim... ou Assim (1952) e as peças infantis Breve Viagem, em um acto (1954), e Nova História da Carochinha, em três actos (1960). Por considerá-la «fora da linha teatral que se propusera», destruiu a comédia O Jarrão da China, que em princípio destinara a uma companhia profissional. A partir de então, cessou inteiramente a sua actividade literária e teatral.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997