Evaristo Basto
[Porto, 1821 - Porto, 1865]
Folhetinista e poeta da geração ultra-romântica. Frequentou a Universidade de Coimbra, onde estudou Matemática e Filosofia durante dois anos (1838-1840) e se formou em Direito (em 1846). Adversário político do cabralismo, aderiu à insurreição popular da Maria da Fonte e foi nomeado pela Junta do Porto chefe de uma das repartições do Governo Civil, cargo que exerceu até à Convenção do Gramido (1846-1847). Dedicou-se depois, sucessivamente, ao jornalismo (por volta de 1848-1850) e à advocacia (em 1850-1852) e acabou escrivão de Direito, nomeado em 1852, tendo entretanto abandonado a carreira literária. Na época de Coimbra fez parte da plêiade de O Trovador (1844), mas foi um poeta menor, como a maioria dos que enxamearam aquele jornal de poesia. Tornou-se, porém, em 1848, como folhetinista «o escritor mais festejado no Porto». Camilo, que se lhe refere em vários lugares da sua obra, considerava-o, além de «o primeiro folhetinista do seu tempo», «um hábil escritor político» e «um estilista distinto». Deixou poesias líricas dispersas e, em edição autónoma, um romance em verso (publicado sem nome de autor, mas que lhe é atribuído quase sem dúvida), intitulado Uma Visita da Rainha de Portugal ao Castelo de Tomar (Porto, 1845), e uma tradução, também em verso, do romance castelhano O Mestre de Santiago de Bermúdez de Castro (Porto, 1848). Os seus folhetins encontram-se principalmente em O Nacional (que redigiu com José Joaquim Gonçalves Basto pelos finais do meio século) e noutros periódicos, como a Coalisão e o Clamor Público.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990