Paulino de Oliveira
[Setúbal, 1864 - São Paulo/Brasil, 1914]
Casado com Ana de Castro Osório e pai dos escritores João de Castro Osório e José Osório de Oliveira. Republicano, exilou-se no Brasil após o 31 de Janeiro, e foi cônsul em São Paulo.
A sua poesia, como quase toda a poesia portuguesa da viragem do século, sofreu a influência de João de Deus e Junqueiro. Fernando Pessoa foi sensível ao «sentimento pagão» que dos seus versos se liberta e afirma: «Esses poemas, creio, ficarão. Não deixarão, quase o afirmo, de ser incluídos na antologia portuguesa definitiva que alguém futuro formará.» Joaquim de Carvalho detecta nos mesmos poemas (que João de Castro Osório reuniu em edição póstuma em 1932) «um puro sentimento de comunhão cósmica».
Usou, nos primeiros livros, o pseudónimo Anúplio de Oliveira, e na juventude, ainda em Setúbal, exerceu o jornalismo republicano. Dedicou-se, com sua mulher, à literatura infanto-juvenil.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990
