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sexta-feira, 19-04-2024
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Biografia

Biografia
                  

Teolinda Gersão  
[Coimbra, 1940]  

Teolinda Gersão
Ficcionista e professora universitária.

Estudou Germanística, Anglística e Romanística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, licenciando-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra em 1963. Foi leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, docente na Faculdade de Letras de Lisboa e posteriormente na Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Comparada. Doutorou-se em 1976, defendendo uma tese intitulada Alfred Döblin: Indivíduo e Natureza. Jubilou-se como professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa em 1995.

Teolinda Gersão começa a escrever com apenas catorze anos (Liliana, volume de contos publicado em Coimbra em 1954) e edita Poemas seis anos mais tarde. Influenciada por formas várias de cultura e, dentro destas, pelo contacto com diversos mundos (citadino e rural), a sua escrita está marcada pelas viagens e estadas em diferentes lugares, entre os quais se salientam a África e o Brasil.

A consagração como escritora viria com a publicação de O Silêncio, distinguido com o Prémio Pen Club de Ficção em 1981, cuja leitura faz Eduardo Prado Coelho evocar Clarisse Lispector quando esta última confessa «continuo sempre me inaugurando, abrindo e fechando círculos de vida», porque, segundo o crítico literário, no artigo que intitula «A Seda do Lenço» (in A Mecânica dos Fluidos, 1984), neste primeiro romance de Teolinda Gersão «cada experiência, cada acontecimento, forma o seu círculo de vida, contar aqui não é sobrepor factos mas alargar progressivamente o impacto da pedra ao cair na água [...] cada círculo abre-se no interior de si próprio».

Quanto a Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo, é a perspectiva de todo um povo que escuta e que obedece e, como no romance anterior, a protagonista recusa e procura. Os Guarda-Chuvas Cintilantes rompe definitivamente com as formas convencionais da escrita, neste caso da diarística.

O sucesso que Teolinda Gersão soube merecer com os dois primeiros romances justificou plenamente a série de trabalhos científicos e de investigação que andaram a par com o eco mediático. Citamos como exemplo, entre muitos, da recepção universitária, um excerto da conclusão de Inês Alves de Sousa constante da sua dissertação de mestrado, em 1988, antes da publicação de O Cavalo de Sol e que destaca os seguintes traços: «o apego à oralidade e o desejo de transmitir à palavra escrita o fluxo e o ritmo, com os seus sobressaltos e ruptura, da palavra dita; [...] a dispersão do desejo feminino, [...] o sentimento particular do tempo, o seu carácter cíclico, repetido e descontínuo; a carência do factual [...]».

Tem colaboração em Runa, revista portuguesa de estudos germanísticos.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999