Ignorar Comandos do Friso
Saltar para o conteúdo principal
sábado, 20-04-2024
PT | EN
República Portuguesa-Cultura Homepage DGLAB

Skip Navigation LinksPesquisaAutores1

Biografia

Biografia
                  

Eduardo de Barros Lobo  
[Gouveia, 1857 - Lisboa, 1893]  

Jornalista, actividade em que cultivou, sobretudo, o folhetim e a crítica teatral, memorialista, panfletário e tradutor.

Depois de ter frequentado o Seminário de Coimbra, foi para o Porto, onde se dedicou ao jornalismo, trabalhando sucessivamente na Luta, no Dez de Março e em O Primeiro de Janeiro. Mas foi no Jornal de Notícias, de curta duração e de cuja redacção fez parte, que, sob o pseudónimo de Beldemónio, se haveria de revelar como o crítico cáustico e inteligente que não mais deixaria de ser. Ainda no Porto, publicou Vespas, uma revista crítica e humorística editada pela Chardron.

Foi depois para Lisboa, onde continuou a sua actividade de folhetinista e crítico no Diário Ilustrado e noutros jornais.

Paralelamente à sua actividade de jornalista, editou panfletos que mais aumentaram a sua popularidade, granjeando-lhe igualmente alguns ódios e, até, uma certa lenda, quer pela «admirável prosa» (Silva Pinto), quer pela qualidade de «polemista temível» (Mayer Garção). Esses panfletos eram por ele redigidos, compostos e impressos, pelo que «tinham assim, em todos os seus aspectos, uma perfeita harmonia artística» (Mayer Garção): A Cega Rega (1881); O Mandarim (1ª. série, 1881; 2ª. série, 1883); e O Arauto (1886). Publicou ainda a revista semanal A Má Língua (1889). E foi o editor da «Biblioteca Elzeviriana - Estudos e Contos», na qual publicou os seus livros A Musa Loira e Contos Imorais.

A partir de 1887 começou a reunir em livro os seus folhetins e crónicas, algumas das quais de carácter memorialista, e em 1890 publicou dois pequenos livros de contos, num dos quais, o já citado e muito belo A Musa Loira, pretende retratar as várias facetas do comportamento de uma mesma criança.

Admirador quase fanático de Zola, traduziu para português grande parte da sua obra, bem como das de Balzac e de Maupassant.

Apesar do trabalho intenso a que se violentava por necessidade, experimentou agruras materiais, morrendo praticamente na miséria. A violência das suas críticas sociais e de teatro, a extrema susceptibilidade e consequente aspereza de trato não lhe facilitariam, também, a vida, que foi, no período final, dramática. Ver a biografia Beldemónio (1942), de Carlos Sombrio.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990