Maria Amália Vaz de Carvalho
[Lisboa, 1847 - Lisboa, 1921]
Tendo-se votado, desde muito jovem, a uma actividade cultural relativamente intensa, conviveu com os mais importantes vultos da vida literária da segunda metade do século XIX e princípios do século XX: Gonçalves Crespo (com quem era casada), A. F. de Castilho, Eça de Queirós, Guerra Junqueiro, etc.; alguns destes vultos frequentaram o seu salão literário, instituição de filiação romântica que no seu tempo perdurava ainda. Além do conto e da poesia (estreou-se em 1867 com Uma Primavera de Mulher), cultivou a crónica (utilizando o pseudónimo Valentina de Lucena), a biografia (merece especial destaque a que consagrou ao duque de Palmela), a crítica literária, as memórias, etc., tendo mantido colaboração em vários jornais do seu tempo. Revelando uma cultura apreciável para a sua época, sempre interessada pelos mais destacados nomes e movimentos artísticos europeus, Maria Amália Vaz de Carvalho pode considerar-se, em certa medida, uma pioneira no movimento de emancipação cultural da mulher.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990
