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sábado, 04-05-2024
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Biografia

Biografia
                  

Alberto Osório de Castro  
[Coimbra, 1868 - Lisboa, 1946]  

Alberto Osório de Castro
Magistrado, tendo feito no ultramar grande parte da sua carreira, chegou a ministro da Justiça do governo de Sidónio Pais. Foi amigo fraterno de Camilo Pessanha e correspondia-se com Rubén Darío (que lhe consagra um capítulo num dos seus livros) e Rémy de Gourmont. Em Coimbra, aderiu ao movimento decadentista e simbolista, tendo colaborado nas revistas Boémia Nova e Os Insubmissos, ao lado de Eugénio de Castro, António Nobre e Alberto de Oliveira. A poesia de Alberto Osório de Castro evoluirá mais tarde para o exotismo, corrente de que é entre nós o principal cultor.

Traduziu Leopardi, viajou pelo Mundo e, como transparece dos seus versos, conheceu profundamente as culturas orientais. Na Índia, fundou, com Alves Roçadas e outros, O Oriente Português. Conforme Carlos Queirós (Atlântico, nova série, n°. 3), «orgulhava-se de ter sido o primeiro juiz colonial que requereu colocação em Timor».

Colaborou, como Camilo Pessanha, com os modernistas, na revista Centauro (1916) de Luís de Montalvor, e, mais tarde, na Seara Nova, onde publicou primeiro, além de abundante poesia, «A Ilha verde e vermelha de Timor», e na Litoral de C. Queirós.

Deixou inúmeros poemas inéditos, dentre os quais o livro Cristais de Neve, que há dezenas de anos aguarda publicação, e bem assim um volume, Plantas Úteis da Ilha de Timor, em que se revela um botânico sabedor. Coligiu importante material para uma História da Sociedade Portuguesa na Índia nos Sécs. XVII e XVIII.

No parecer de Pedro da Silveira, em artigo comemorativo do centenário de Alberto Osório de Castro (Seara Nova, Abril de 1968), «abriu caminho a António Nobre, estimulou C. Pessanha, mas chamaram-lhe e chamam-lhe discípulo de ambos» a ele, que se deixou «aparecer em livro depois de tantos»; o mesmo crítico, admitindo que Alberto Osório tinha «escasso sentido de autocrítica», conclui tratar-se de «um dos poetas de todos os tempos mais capazes de renovação dentro duma contínua fidelidade a si mesmos».

Era irmão de Ana de Castro Osório, e ocupou, no continente, os cargos de juiz da Relação de Lisboa, do Supremo Tribunal de Justiça, de presidente do Conselho Superior de Administração Pública, etc.

Flores de Coral foi o pimeiro livro impresso em Dili.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994