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terça-feira, 30-04-2024
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Biografia

Biografia
                  

Sóror Maria do Céu  
[Lisboa, 1658 - Lisboa, 1753]  

Poetisa e escritora. Religiosa franciscana, foi por duas vezes abadessa do Convento de Nossa Senhora da Esperança, em Lisboa, convento onde professou em 1676. Se bem que nunca tenha assinado qualquer obra com o seu nome, é por ele que esta freira intelectual é conhecida. De facto, todas as suas obras foram assinadas com o pseudónimo de Sóror Marina Clemência, a que acrescentava «religiosa franciscana no Convento da Ilha de S. Miguel». Isto deu lugar a vários equívocos, nomeadamente a investigações nos Açores sobre a sua naturalidade e local de profissão. As obras da religiosa, de inegável valor literário e espelhando a larga cultura da sua autora, eram escritas em prosa e verso, misturadamente, sendo que a poesia revelava em ritmo e beleza os traços do melhor barroco. Para além de obras de pedagogia e história religiosas, Sóror Maria do Céu, que por vezes também escrevia em castelhano, compôs apólogos, autos, comédias e hagiografias.

A Preciosa, tida como a sua mais importante obra, para além de ter merecido dos seus censores – D. António Caetano de Sousa e D. José Barbosa – rasgados elogios, teve largo sucesso em sua época. Dela faz uma reedição, em 1990, Ana Hatherly, a partir do códice 3773 da Biblioteca Nacional, com o título de A Preciosa de Sóror Maria do Céu, que a editora fez anteceder de um estudo histórico. Ainda Ana Hatherly, reeditou em 1992 o Triunfo do Rosário: Repartido em Cinco Autos, da freira franciscana. Também Filomena Belo, em 1993, editou a obra de Sóror Maria do Céu sobre a Madre Helena da Cruz, a partir do códice 87 da Biblioteca Nacional, Rellação da Vida e Morte da Serva de Deos a Veneravel Madre Elenna da Crus, que fez preceder de um estudo histórico.

Diz Inocêncio no seu Dicionário, não sabemos se com alguma malícia, coisa de que foi algo useiro, que «os escritos de D. Maria do Céu [...] apresentam nas ideias, estilo e linguagem caracteres de semelhança bem notável com os da sua contemporânea D. Madalena da Glória, freira com ela professa no mesmo convento, onde passaram ambas em comunidade a maior parte das suas longas vidas.» Será esta a razão do pseudónimo e da extraordinária produtividade da franciscana?
Centro de Documentação de Autores Portugueses
01/1998