Maria Manuela Couto Viana
[Viana do Castelo, 1919 - Lisboa, 1983]
Maria Manuela Couto Viana nasceu em Viana do Castelo, em 3-3-1919 e morreu em Lisboa, em 4-1-1983. O seu primeiro livro foi o romance para público adulto Raízes que não secam..., publicado em 1942, o qual recebeu o prémio do concurso «Procura-se um Romancista», promovido pelo Grémio Nacional de Editores e Livreiros. Foi colaboradora das folhas de poesia Távola Redonda e distinguiu-se pela sua ligação à poesia, quer enquanto autora quer enquanto declamadora e colaboradora em programas radiofónicos e televisivos. De 1976 a 1980 colaborou no jornal A Rua, tendo muitos desses textos sido reunidos no volume Encruzilhada(s), editado em 1979.
Para além de poesia e outros textos não para crianças, escreveu, para o público infantil, a peça Albaninha ou a princesa que guardava patos, que foi várias vezes posta em cena pelo Teatro do Gerifalto (cujo fundador e mentor foi o seu irmão, o poeta António Manuel Couto Viana) mas não foi editada. Os seus textos narrativos para crianças privilegiam um universo animal, onde, no entanto, as referências de comportamento e atitudes são as do ser humano. A importância da educação, da cultura surge como um valor fundamental. A solidariedade é outra aprendizagem que as personagens fazem nos universos ficcionais de Maria Manuela Couto Viana, a qual está relacionada com a cultura porque «A inteligência que não serve os outros não presta para nada (...). Ensinar é uma maneira de amar» – como escreveu em O mundo dos meninos verdes, novela que lhe valeu o Prémio Nacional de Literatura Infantil, em 1970. A profusão de referências cromáticas e a inclusão de expressões, fórmulas e rimas tradicionais, assim como de provérbios e alusões a histórias tradicionais é uma constante. Na escrita de O jardim dos gatos, revela uma forte assimilação de processos discursivos típicos de Aquilino Ribeiro, como é o caso da tripla adjectivação.
Bibliografia selectiva: O mundo dos meninos verdes (1970), Lisboa: Verbo, 1972; O jardim dos gatos (1981), Lisboa: Verbo, 1981.
[Maria da Natividade Pires]
10/2011