Frei António de Beja
[Beja, 1493]
Monje jerónimo, licenciado em Teologia (segundo se supõe), professou no Mosteiro da Penhalonga, Sintra, em 13 de Abril de 1517, e desconhece-se onde e quando morreu. Tornou-se famoso com a sua obra Contra o Juizo dos Astrólogos (1523), suscitada pela publicação, em 1499, por J. Stoeffler e J. Pfaum, do seu Almanaque para 1499-1532, no qual anunciavam um segundo dilúvio universal para 4 ou 5 de Fevereiro de 1524, altura em que se daria a conjunção do Sol e da Lua, sob o signo de Peixes.
Discípulo de Pico della Mirândola de quem teria absorvido o humanismo italiano, segundo Joaquim de Carvalho, que lhe anotou e reeditou o famoso ataque aos astrólogos no Boletim da Universidade de Coimbra (vol. XVI, 1944), Frei António de Beja aparece para alguns autores como um sinal do Renascimento e, para todos o que o estudaram, como um teólogo de uma certa coragem, pois que, à data, ainda a Astrologia como arte divinatória e de prognóstico era muito procurada, e não só entre os mais comuns dos letrados, mas também nas Universidades mais famosas onde havia cátedras da matéria, nas Cortes europeias, e, até, no Vaticano. E, então já provadamente inspirado em Pico della Mirândola, Frei António de Beja, publicará, dois anos depois, Breve Doutrina e Ensinança de Príncipes, que dedica a D. João III.
Mas não ficou por aqui o polémico teólogo jerónimo, pois que, para além de traduzir uma epístola de São João Crisóstomo, escreveu outras obras, nomeadamente, um Tratado de Confissão.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
01/2000