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sábado, 18-05-2024
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Biografia

Biografia
                  

D. Frei Caetano Brandão  
[São João Batista do Loureiro, Estarreja, 1740 - Braga, 1805]  

Religioso da Ordem Terceira de São Francisco, de que tomou hábito em 1759, formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra. Foi professor de Teologia no Convento de Jesus em Lisboa (1774-1777) e no Colégio do Espírito Santo em Évora (1777-1782). Neste último ensinou também Filosofia a partir de 1780. Em 1783 foi nomeado Bispo de Saia, tendo sido enviado para o Brasil onde, em Outubro daquele ano, tomou posse do bispado do Grão Pará (Belém). A sua principal obra no Brasil constituiu na abertura de escolas em todas as vilas da Diocese. Em 1789 foi nomeado Arcebispo de Braga, com ordem de regressar imediatamente ao Reino. Chegou a Braga em Setembro de 1790. Nesta Arquidiocese realizou um tal trabalho que os seus biógrafos o comparam a Frei Bartolomeu dos Mártires.

As suas preocupações sociais, em que foi um percursor dentro e fora da Igreja, criaram-lhe alguns problemas, mormente entre o clero que via desviadas para as obras criadas pelo Arcebispo as verbas que antes eram destinadas aos seus privilégios.

Alargou o Seminário dos Órfãos; estabeleceu prémios para os mais perfeitos operários, lavradores e artesãos, prémios que começou a entregar em 1793 na primeira Feira Industrial a que Braga assistiu; fundou o Asilo dos Órfãos de São Caetano; cuidou da instrução popular, criando escolas; instituiu o socorro permanente aos presos; criou um sistema de protecção organizada para os pequenos lavradores, operários e artesãos, nomeadamente as bordadeiras; e mereceu do insuspeito Liberato Freire de Carvalho a seguinte qualificação: «homem extraordinário, verdadeiro apóstolo, raro prelado, imagem de Dom Frei Bartolomeu dos Mártires [...] o homem mais respeitável que em toda a vida conheci». As suas obras sociais foram ridicularizadas em dois pasquins, editados em Braga e de autoria eclesiástica mas anónima: Gazeta de Borga e Quixotada. Não era fundamentalista, como o provam os seus trabalhos sobre São Martinho Bracarense (São Martinho de Dume), editados pela Academia das Ciências de Lisboa.

Na Biblioteca de Évora existem muitas cartas do Arcebispo dirigidas ao seu biógrafo António Caetano do Amaral, a Frei Manuel do Cenáculo e a outras importantes personagens da sua época. Algumas dessas cartas foram publicadas por Joaquim Martins de Carvalho no Conimbricense, em duas séries, com início, respectivamente, em Dezembro de 1869 e em Janeiro de 1870. Continuam inéditas várias obras pastorais, muita correspondência importante e dois testamentos, um redigido no Grão Pará e outro em Braga.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
10/2005