Nelson de Matos, foi uma figura incontornável na história da literatura portuguesa, com uma carreira que abrangeu desde a escrita até à edição e à defesa da cultura literária no país. Ao longo da sua vida, teve um papel central no desenvolvimento do panorama literário português, trabalhando ao lado de alguns dos mais relevantes autores da nossa história, como Jorge de Sena, Vergílio Ferreira, José Saramago, Sophia de Melo Breyner, Eugénio de Andrade, entre muitos outros.
A sua ligação ao mundo da cultura remonta aos anos 60, quando começou a colaborar com jornais de renome como o Diário de Lisboa, O República e Notícias da Amadora. Em 1979, Nelson de Matos foi consultor na criação do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), um marco importante na institucionalização da cultura literária em Portugal.
Entre 1981 e 2004, foi editor e proprietário da editora Dom Quixote, onde publicou grandes nomes da literatura contemporânea, tanto nacionais como internacionais. A sua paixão pela literatura levou-o a ter um papel ativo na defesa do preço fixo do livro em Portugal, tendo sido convidado em 1993/1994 para integrar uma comissão de estudo sobre o tema.
Além do seu trabalho na edição, Nelson de Matos também se destacou como ficcionista, com obras como Noite Recuperada (1966), Giestas da Memória (1969) e As Aventuras do Major Bento (1972), deixando um legado literário que se cruza com a evolução cultural do país. A sua contribuição à cultura foi ainda mais reforçada pela sua liderança em diversas organizações, incluindo a Associação Portuguesa de Escritores e o Clube de Editores, da qual foi fundador e primeiro presidente.
A sua morte, em 2025, marca o fim de uma era, mas o seu legado perdurará como uma das figuras chave na construção do panorama literário moderno em Portugal.