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sexta-feira, 27-12-2024
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Biografia

Biografia
                  

João Pedro de Andrade  
[Ponte de Sor, 1902 - Lisboa, 1974]  

Crítico literário e teatral e autor de algumas peças a que pretendeu imprimir uma orientação imaginativa de textura realista.

Autodidacta, frequentou em Lisboa o curso comercial no Ateneu e exerceu sempre a profissão de contabilista.

Escreveu um livro de versos, Castelos (1923), prefaciado e louvado por Manuel Ribeiro, mas que renegou apesar de não ter desistido nunca da poesia.

Colaborou inicialmente em vários jornais de província, vindo a manter uma secção de crítica literária no semanário O Diabo, de 1939 a 1940, que haveria de fixar a sua actividade mais marcante: a crítica teatral. Nos dois géneros, foi extensa a colaboração que espalhou por muitas publicações, entre as quais a Seara Nova, de que foi colaborador efectivo, e o vespertino Diário de Lisboa, onde teve a cargo a secção de crítica literária nos anos de 1946 e 1947. Desde então manteve colaboração em diversos jornais, de que se destacaram os seus pequenos ensaios sobre teatro no Comércio do Porto e a sua secção de crítica literária no Diário Popular. A ficção também viria a tentá-lo, conhecendo-se-lhe uma pequena novela, A Hora Secreta (1942).

Mercê dos seus juízos independentes de interesses de escola ou grupos, algumas produções suscitaram polémicas e divergência de opiniões que ressoaram durante muito tempo. Quando a revista Presença publicou no seu penúltimo número, em 1939, a peça em um acto Continuação da Comédia, José Régio frisava a «naturalidade e qualidade literária do diálogo, a finura de observação psicológica, a segurança dos recursos técnicos, o interesse dos motivos».

Em 1942, quando da publicação pela Seara Nova da sua conferência «O Problema do Romance Português Contemporâneo», os seus pontos de vista mereceram ao professor Le Gentil, ao citá-lo, a classificação de «observateur clairvoyant, mais pessimiste». Foi colaborador do Dicionário das Literaturas Portuguesa, Galega e Brasileira (1960) e deixou publicado um notável ensaio sobre Raúl Brandão, na colecção «A Obra e o Homem» (1963).

A maior parte das suas peças teatrais não foram então levadas à cena, facto que se ficou a dever aos serviços de censura do regime fascista. É de referir ainda, segundo Clara Rocha (cf. Revistas Literárias do Século XX em Portugal, 1985, p. 474), «o texto programático de João Pedro de Andrade publicado no fascículo 3 da primeira série [de Cadernos de Poesia] e intitulado "Contingências da Poesia".»
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997