Somos Todos Hispanos
Somos Todos Hispanos
1ªed.
Lisboa: O Jornal, 1988
Somos Todos Hispanos
2ªed.
Lisboa: Editorial Notícias, 2003
Sinopses
Das notas à 2.ª edição, por Maria Fernanda de Abreu:
Portugal - que nação na circunstância nova do pós-25 de Abril? Descolonização e Comunidade Europeia. O país reduzido à dimensão territorial da partida e uma lusofonia pluricontinentalmente implantada, reconhece Natália Correia, decidida a procurar respostas neste livro. Repensar a sua cultura surge como necessidade e caminho. E, como faz questão de afirmar, fá-lo já não só como reforço da identidade nacional, mas também como condição mesma da salvaguarda dos elos com as nações que falam a nossa língua.
Herdeira dos exploradores das origens, e, antes de outros Antero, na procura das causas peninsulares, também ela atraída por essa profunda ibericidade que assinala em Miguel Torga, empenhada em recordar ou revelar um património comum numa vivência historicamente diferenciada, minuciosamente percorre a História e as histórias do relacionamento dos povos peninsulares, numa convicção que o título assinala: um caminho pela memória política, literária e mítica.
Publicado o livro pela primeira vez em 1988, nos cadernos O Jornal, o título foi objecto de uma recepção desconfiada, que ocultava o que, na sua leitura, se tornava óbvio - a homenagem a Camões e Garrett, exemplos maiores do patriotismo literário português. É que Natália Correia reivindicava aqui a construção de uma comunidade cultural ibero-afro-americana.
Ensaio de cultorologia, na expressão da autora, nele se tece uma reflexão cuja coerência discursiva e enunciação inovadora assentam tanto no modo lírico da escrita como na argumentação aduzida; pô-la a dialogar com o Labirinto da Saudade e A Jangada de Pedra deixará ver, no tríptico, as afinidades na inquietação, as diferenças, quando as houver, nas imagens e no sonho. (...)