Descobri que era europeia: impressões duma viagem à América
Descobri que era europeia
2ªed.
Lisboa: Editorial Notícias, 2002
Descobri que era europeia: impressões duma viagem à América
1ªed.
Lisboa: Portugália Editora, 1951
Descobri que era europeia: impressões duma viagem à América
Lisboa: 2018
Sinopses
Maria Fernanda de Abreu, em nota à 2.ª ed.:
«Em Junho de 1949, em tempos do Presidente Truman e do macarthismo, Natália Correia viajou pelas grandes cidades da costa leste dos Estados Unidos da América: Boston, Washington, Nova Iorque. Levava curiosidades e confessa não ter parado um minuto: tenho a febre das coisas e espero a cada momento a revelação. Uma credencial de jornalista abriu-lhe muitas portas, mas não lhe granjeou certezas e nenhuma das suas curiosidades foi satisfeita. Todavia, o que dessa viagem deixou escrito neste livro faz-nos perceber por que razões, na volta, não trazia ainda nem umas nem já as outras. A revelação esperada a cada momento viria a ser, afinal, como disse no título, de si mesma - a de ser europeia. (...) Relato de viagem, diário, reportagem, registo ficcional de um olhar de matriz expressionista convergem para nos dar a ver a paisagem urbana e os meandros da política e da vida intelectual e artística norte-americanas. À escritora interessam-lhe os parques, os museus e as bibliotecas, mas, também, os aglomerados humanos, que vê como riquíssima matéria-prima para os devaneios de um criador. Conjuga o que diz ser os seus interesses de documentarista com os de novelista e poeta, sem conseguir escusar-se ao exercício desse veneno crítico que lhe corrompe a pureza das afeições espontâneas.
Obra de início de carreira, nestas impressões nos dá Natália a sua visão dos aspectos contraditórios da poliforme e paradoxal democracia americana. Ao mesmo tempo, em atitude auto-reflexiva, analisa e avalia tanto a própria escrita na forma de registar o que vê, como a mesquinhez (ou não), das observações que faz. Expressa-se já em imagens e opiniões que lhe desenharão uma fortíssima individualidade literária e cívica, a cada gesto no tempo confirmada e pela nossa história cultural hoje reconhecida.»