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Against Obscurity

Against Obscurity
Against Obscurity

The gaze lets go from ripeness.
I don’t know what to do with a gaze
overflowing from a tree,
what to do with that ardour

overflowing from the mouth,
and waiting on the ground to flow back to the source.
I don’t know the destiny of light,
but whatever it may be

it is the same as that of a gaze: the same
fraternal dust,
a delayed pain gathering, the shadow,
quivering still,

of a startled skylark.


© Translation: 2003, Alexis Levitin
From: Forbidden Words
Publisher: New Directions, New York, 2003




Contra a Obscuridade

O olhar desprende-se, cai de maduro.
Não sei que fazer de um olhar
que sobeja na árvore,
que fazer desse ardor

que sobra na boca,
no chão aguarda subir à nascente.
Não sei que destino é o da luz,
mas seja qual for

é o mesmo do olhar: há nele
uma poeira fraterna,
uma dor retardada, alguma sombra
fremente ainda

de calhandra assustada.


© 1988, Eugénio de Andrade
From: Contra a Obscuridade
Publisher: Fundação Eugénio de Andrade, Oporto