To see the fields and the river It isn't enough to open the window. To see the trees and the flowers It isn't enough not to be blind. It is also necessary to have no philosophy. With philosophy there are no trees, just ideas. There is only each one of us, like a cave. There is only a shut window, and the whole world outside, And a dream of what could be seen if the window were opened, Which is never what is seen when the window is opened.
© Translation: 1998, Richard Zenith From: Fernando Pessoa & Co. – Selected Poems Publisher: Grove Press, New York, 1998, 0-8021-3627-3
| Não basta abrir a janela Para ver os campos e o rio. Não é bastante não ser cego Para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Com filosofia não há árvores: há ideias apenas. Há só cada um de nós, como uma cave. Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
© 1924, Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
From: Poesia Publisher: Assírio & Alvim, Lisbon, 2001 ISBN: 972-37-0654-7
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