Tocata para Dois Clarins
Tocata para Dois Clarins
1ªed.
Lisboa: Publicações Dom Quixote - Grupo LeYa, 1992
Sinopses
Texto na contracapa da 1.ª edição:
«Em Agosto de 1936, dois jovens portugueses, António e Maria, iniciam um namoro que, quatro anos mais tarde, haverá de os levar ao casamento. Partem para Lisboa, em viagem de núpcias, e visitam a grande Exposição do Mundo Português, dando conta, um e outro, em capítulos alternados, da sensibilidade com que vivem as suas experiências. Por entre a voz que utilizam, entretanto, é a partitura de um "nós" tribal que vão escutando, obrigados a uma espécie de ditado escolar, feito de linhas que falam de Grei, de reis e de heróis e de santos. Nas margens do Tejo, porém, eis que os germes da derrocada do Império se estão traiçoeiramente incubando. Daí que relatar a Guerra de Espanha, as primeiras efemérides do Segundo Conflito Mundial, a meticulosidade com que acerta Oliveira Salazar as suas contas com a Pátria, as chamas que devoram as colónias de África, tudo isso signifique contemplar o nosso retrato futuro, quer dizer, este mesmo que nos sobrou.»
Excerto de uma entrevista de Francisco Belard a Mário Cláudio, no jornal Expresso do dia 31 de Dezembro de 1992:
«Neste "esboço de romance", Mário Cláudio constrói personagens com um discurso deliberadamente estereotipado, de modo a que repercutam "linguagens sociais" e não individuais. A profusão e a minúcia das referências de época (lugares, marcas, expressões) dão a esta Tocata um colorido atraente, como se folheássemos o álbum do passado, tentando repetir a aventura feliz da infância. Uma deambulação crítica pela mitologia pátria do Estado Novo; quase um assunto de família.»
Prémios
Prémio Literário A. Lopes de Oliveira, 1992