Mário Dionísio
[Lisboa, 1916 - Lisboa, 1993]
Frequentou os Liceus Camões e Gil Vicente, em Lisboa, e o Liceu de André Gouveia, em Évora, acabando por se licenciar em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa. Exerceu o professorado durante vinte anos no Liceu Camões e, depois, como professor associado da Faculdade de Letras de Lisboa, até à data da reforma, tendo a sua última lição ocorrido em Março de 1986.
Poeta, ensaísta e pintor, foi um dos teorizadores mais importantes do movimento literário neo-realista nos anos 40, sendo assinalável a sua regular colaboração em jornais e revistas literárias da época, como Presença, Altitude, Revista de Portugal, Seara Nova, Vértice, entre outras.
Pela sua capacidade criadora e ensaística, a sua bibliografia é diversificada no plano da ficção, do ensaio e da poesia, podendo dizer-se que em todos os domínios a marca inconfundível da sua inteligência, cultura e sensibilidade se evidencia com a afirmação de um espírito literário de reconhecido mérito nos variados campos de expressão, incluindo o da pintura, que cultivou durante largos anos. Mas apenas em Outubro de 1989 realizou a sua primeira exposição individual, em Lisboa e no Porto, que agradou de modo favorável à crítica da especialidade.
Poeta de combate e de intervenção, a sua «arte poética», como observa Alexandre Pinheiro Torres, mesmo logo nos primeiros poemas que o integraram no «Novo Cancioneiro», baseava-se «em grandes ilusões históricas, num grande optimismo quanto à evolução da sociedade, mas a redenção do homem é o grande assunto poético do neo-realismo», porque «a poesia está na vida/a poesia está em tudo quanto vive/a poesia está na luta dos homens.»
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997