António Ponce de Leão
[Lisboa, 1891 - Lisboa, 1918]
Um dos espíritos mais curiosos e originais da geração do Orpheu, escreveu em colaboração com Mário de Sá-Carneiro (com quem traduziu Os Fósseis, de François de Curel) a peça em 1 acto Alma (1913), em que, como em duas outras de sua exclusiva autoria (Venda e A Onda, inédita ainda a primeira e representada a segunda em 1915), a dualidade corpo-alma, funcionando como motor dramático da acção, adquire por vezes conotações freudianas insólitas na produção dramatúrgica da época.
A sua restante produção teatral, que injustificadamente continua inédita, compreende, além de um acto ingénuo em verso, O Relógio do Sr. Cura (1911), as peças Mentiras, O Passado e A Mãe dos Nossos Filhos. Reuniu em 1917, sob o título Se Gil Vicente Voltasse..., os artigos de crítica teatral que publicou no jornal Vanguarda e em que se insurge contra a degradação artística da cena portuguesa.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994
