Matos Maia
[Lisboa, 1931 - Lisboa, 2005]
Radialista, autor de livros e de textos para canções.
Estudou na Escola Comercial Rodrigues Sampaio, em Lisboa. Aos quinze anos escreveu vários textos para programas da Emissora do Liceu Pedro Nunes. Aos dezoito anos estreia-se aos microfones da extinta Rádio Peninsular. Posteriormente colaborou como produtor e realizador em muitas emissoras da área de Lisboa, designadamente Voz de Lisboa, Rádio Graça, Clube Radiofónico de Portugal e Rádio Restauração.
Em 1956 é convidado para trabalhar na Rádio Renascença, estação em que produz «A Invasão dos Marcianos», uma versão do programa realizado por Orson Welles, em 1930, em Nova Iorque, e baseado no romance de H.G. Wells, A Guerra dos Mundos. A emissão desse programa foi interrompida pela PSP, e o seu autor e realizador levado sob escolta policial para o Governo Civil, tendo aí sido interrogado pela PIDE, polícia política do regime salazarista.
Em 1960 integra os quadros do Rádio Clube Português, onde, para além de desempenhar as funções de coordenador da estação, realizou programas que fizeram história, nomeadamente «Quando o Telefone Toca», «Lisboa e Tejo» e «Clube à Gô-Gô». De 1976 a 1979 dirigiu os então dois canais da RDP (Rádio Difusão Portuguesa), tendo, em 1980, participado na criação da Rádio Comercial.
Foi director da Sociedade Portuguesa de Autores e membro da Comissão da Rádio. Em 1975 publica o primeiro livro, Aqui, Emissora da Liberdade, relato circunstanciado da ocupação do Rádio Clube Português pelos militares de Abril. Publicou igualmente alguns dos seus guiões para rádio. Recebeu diversos prémios, dos quais se destacam o «Prémio Onda», atribuído pela Cadena SER (Espanha), e o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, em 1991, pelo trabalho realizado em teatro radiofónico.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999