André Brun
[Lisboa, 1881 - Lisboa, 1926]
Humorista e autor teatral, a sua vasta produção compreende vários volumes de contos, novelas e crónicas e um grande número de peças dos mais diversos géneros, com destaque para a comédia, a farsa e a revista. Entre os primeiros salientam-se Praxedes, Mulher e Filhos, «cadastro de uma família lisboeta», em duas partes (1916-1917), e A Malta das Trincheiras (1918), em que reuniu as suas impressões da Grande Guerra, na qual participou e onde contraiu a doença de que veio a falecer apenas com 45 anos; mas devem também lembrar-se os textos humorísticos contidos em Sem Pés nem Cabeça (1913), Cada Vez Pior (1914) e Sem Cura Possível (1915).
Além de uma dezena de peças em 1 acto e de outras escritas em colaboração (O Pinto Calçudo, com Ernesto Rodrigues, 1907; Auspicioso Enlace, com Carlos Selvagem, 1923; O Arroz de Quinze, com Félix Bermudes e João Bastos, 1926), de uma adaptação cénica da Lisboa em Camisa de Gervásio Lobato (1921) e uma redução da Severa de Júlio Dantas a opereta (1909), e de um elevado número de traduções e adaptações, foi autor de duas comédias que retratam com notável sentido burlesco e uma técnica impecável os ridículos da pequena e média burguesia lisboeta dos primeiros anos da República: A Vizinha do Lado (1913) e A Maluquinha de Arroios (1916).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994