José Bruno Carreiro
[Coimbra, 1880 - Ponta Delgada/São Miguel/Açores, 1957]
Escritor e jornalista açoriano, de nome completo José Bruno Tavares Carreiro. Também assinou José-Bruno (nos primeiros escritos). Filho do Dr. Bruno Tavares Carreiro, distinto cirurgião micaelense que viria a assistir à morte de Antero de Quental, acompanhou o pai de regresso a São Miguel, sendo ainda criança. Fez estudos secundários no Colégio Fisher, de Ponta Delgada, e no Colégio do Espírito Santo, de Braga, e superiores na Universidade de Coimbra, diplomando-se em Direito em 1904.
Desempenhou alguns cargos administrativos em Ponta Delgada (entre os quais, por mais tempo, o de secretário-geral do Governo Civil) e fundou os jornais O Distrito (1906), suspenso dois anos depois, e o Correio dos Açores (1920), que dirigiu até 1937 e onde reacendeu e apoiou a campanha em prol da autonomia administrativa das ilhas adjacentes que animou a vida política local noa anos 20 e pela qual se bateu sempre com denodo ao lado da geração que sucedeu à dos paladinos históricos Aristides da Mota e Mont'Alverne de Sequeira.
Como escritor, revelou-se precocemente no âmbito da poesia simbolista em Ponta Delgada, e tentou depois, quando estudante em Coimbra, o teatro; seria, no entanto, na erudição literária que havia de ganhar notoriedade, principalmente como estudioso de Antero, de quem veio a escrever a mais completa e bem documentada biografia.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994