Leitão de Barros
[Lisboa, 1896 - Lisboa, 1967]
Embora mais conhecido como cineasta (realizou alguns de entre os melhores filmes portugueses do cinema mudo, como os documentários Nazaré, em 1929, Lisboa: Crónica duma Cidade e Maria do Mar, em 1930, que de certo modo antecipam o neo-realismo dos anos 40 e 50, e em 1931 o primeiro filme sonoro, A Severa, bem como grandes produções de reconstituição histórica, nomeadamente Bocage, 1936, Inês de Castro, 1945, e Camões, 1946), juntou a essa actividade a de jornalista, cenógrafo e dramaturgo.
Nesta última faceta, além de várias peças em 1 acto, colaborou com Fernando Santos e Almeida Amaral na autoria de Prémio Nobel, estreada em 1954 no Teatro Nacional, com grande êxito de público e sérias e fundadas reservas da parte da crítica; no mesmo Teatro, e em 1956, se estreou também a comédia em 3 actos Avó Lisboa, crónica entre satírica e sentimental da cidade em que nasceu, viveu e morreu e a que, nos últimos catorze anos da sua vida, dedicou grande número de textos jornalísticos, no Diário de Notícias, sob a designação genérica de Corvos, de acerada observação e cuidado recorte literário, mais tarde reunidos em 2 vols. que João Abel Manta ilustrou.
De parceria com o pintor Martins Barata, editou, para os liceus, Elementos de História de Arte, 1922. Dirigiu a edição de Portugal 1940.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994