Chianca de Garcia
[Lisboa, 1898 - Rio de Janeiro, 1983]
Apaixonado pelo cinema, fundou e dirigiu a revista Imagem (1928-1935), realizou três filmes na década de 30 (O Trevo de Quatro Folhas, A Rosa do Adro, A Aldeia da Roupa Branca), mas iniciou pelo teatro a sua actividade artistica, escrevendo com Norberto Lopes uma peça rústica de grande vibração dramática (A Filha de Lázaro, 1923).
Em 1940 fixou residência no Brasil, montando aparatosos espectáculos musicados no Rio de Janeiro. Pouco antes de morrer publicou uma notável série de crónicas no Diário de Lisboa, em que rememora a vida literária, artística e política do País no período decorrido entre as duas guerras mundiais.
Mas Chianca de Garcia desapareceu sem ver editadas em volume as suas referidas «Cartas do Brasil», duma vivacidade de estilo que justifica plenamente a admiração que José Gomes Ferreira, seu contemporâneo e antigo companheiro, desde sempre lhe tributou e está expressa na Memória das Palavras (1965).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994