Francisco da Silveira
[, Séc. XV - Sarzedas, 1536]
Filho mais velho do coudel-mor e seu sucessor, é um poeta da velha escola, largamente representado no Cancioneiro, participante no "processo" sobre "O cuidar e o suspirar". Acompanhou D. Afonso V na tomada de Arzila. É célebre o seu mau feitio e a grande severidade com que criou os filhos, indo ao ponto de não querer pagar o resgate pelo filho que tinha ficado cativo em Safim. Os versos que deixou abundantemente espalhados pelo Cancioneiro tem geralmente um carácter elegíaco, versando temas de desencanto e desengano amoroso. Entre os Silveiras descendentes do coudel-mor, merecem ainda ser citados Luís e Simão da Silveira, netos do velho Fernão da Silveira e filhos de Nuno Martins da Silveira, que, tanto quanto se sabe, não versejava. Luís da Silveira, que viveu na corte de D. João III, tem abundante participação no Cancioneiro, nos géneros lírico e satírico, o que não o impediu de ser militar valoroso, presente em variadas expedições africanas; Simão tem no Cancioneiro dez composições e é um activo participante em apodos satíricos, colectivos e improvisados. Viveu igualmente na corte de D. João III.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. I, Lisboa, 1989