Eduardo Coimbra
[Porto, 1864 - Porto, 1884]
Movendo-se na boémia literária portuense, fez parte do grupo «Mocidade de Hoje» e publicou o seu primeiro e único volume de poemas, ainda adolescente, no mesmo ano em que morreu, vitimado por doença.
Nesta obra de juventude, a par dos exageros sentimentais e da linear transposição de um subjectivismo imediatista, encontram-se poemas que atingem, através de um grande despojamento e simplicidade, um autêntico lirismo, recordando os melhores versos de João de Deus.
Romântico, mas sensível aos estímulos do movimento parnasiano, que não conseguiu, no entanto, influenciar os moldes poéticos tradicionais em que se exprimiu, Eduardo Coimbra, companheiro de António Nobre, foi um poeta em que se revelaram enormes potencialidades de criação, infelizmente malogradas.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990