Castelo Branco Chaves
[Lisboa, 1900 - Lisboa, 1992]
Ensaísta, jornalista, crítico e tradutor. Castelo Branco Chaves estreou-se na actividade de jornalista em defesa da causa monárquica, (nos jornais Monarquia, Acção Realista e Nação Portuguesa), tendo chegado a combater, do lado da resistência realista, na chamada «Escalada de Monsanto», em 1919. A sua carreira como ensaísta e crítico inicia-se no entanto em 1923, com a publicação de estudos sobre Fialho de Almeida e A Ideia de Nobreza em Camilo.
O encontro com a obra e a personalidade de António Sérgio – cuja importância é sublinhada pelo próprio autor na «Advertência» a Estudos Críticos (1932) – determina uma inflexão ideológica que o faz alinhar, em 1927, com o ideário da Seara Nova, muito particularmente com a figura de Sérgio, de quem se torna amigo. A sua actividade crítica integra-se então no modelo de crítica científica preconizado por aquele pensador, revelando-se Castelo Branco Chaves como um dos seus mais inovadores cultores.
Assim, na sua obra surgem conjuntamente o crítico rigoroso, o historiador literário e o homem profundamente atento aos tempos e espaços das obras e autores que analisa, bem como a um imaginário nacional projectado nas visões estrangeiras, de que títulos como Figuras e Assuntos Portugueses nas Memórias de Bachaumont (1947), Os Livros de Viagens em Portugal no Século XVIII e a sua Projecção Europeia (1977), O Portugal de D. João V Visto por Três Forasteiros (1983) são exemplo.
A sua actividade como editor é igualmente de destacar, tendo sido director dos «Cadernos da Seara Nova» e da série «Portugal Visto Pelos Estrangeiros», para além da edição da obra completa de Manuel Teixeira Gomes e da participação na edição da obra completa de António Sérgio.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997