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segunda-feira, 20-10-2025
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Biografia

Biografia
                  

Yvette Centeno  
[Lisboa, 1940]  

Yvette Kace Centeno Moreira nasceu em Lisboa, em 1940. Professora Catedrática de Estudos Alemães da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, dirige o Gabinete de Estudos de Simbologia e abriu um núcleo de estudos dedicado ao Teatro e Sociedade. Com uma actividade extra-universitária diversificada, reconhecida dentro e fora de Portugal, é directora do serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian. Autora de traduções e ensaios, no âmbito da sua especialidade, tem, ainda, obras publicadas no campo da poesia, do teatro e da ficção narrativa.

Na literatura infanto-juvenil, produziu contos e uma peça de teatro, todos eles assentes na simplicidade, depuramento e contenção da linguagem, sendo o último marcado por uma intertextualidade deliberada.

Viagens iniciáticas ocupam Era uma vez uma maçã (1982) e O Miguel e o gigante (1982). No primeiro caso, a maçã, fruto simbolicamente representativo da revelação e do conhecimento, propicia a entrada no mundo do imaginário. A criança acede ao universo mágico da imaginação, ao distanciamento do real, através de uma viagem facultada pela força do «crer». No segundo caso, assiste-se a outra viagem de crescimento e aprendizagem, através da qual a criança não só vence os seus medos mais profundos e aprende a utilizá-los em seu proveito, como consolida as aprendizagens reais do espaço que lhe é familiar. De realçar um ponto comum – a segurança transmitida pelo facto de saber que tem sempre a possibilidade de re-partir e regressar, quando e como quiser, sã e salva, ao conforto e protecção do conhecido. A dimensão simbólica a par da qualidade estilística do texto (jogos verbais, rimas) caracterizam também O príncipe do Reino dos Lagartos, narrativa que retoma elementos dos contos de fadas, mas em que marcam presença o humor, a paródia e as referências intertextuais.

Em As três cidras do amor (1991), fruto daquela intertextualidade confessada, em que interferem, a par de Fernando Pessoa, poetas do Cancioneiro Geral, vagueamos, deliciados, pelo meio de uma floresta de histórias tradicionais enraizadas na memória colectiva nacional, que remete para Consiglieri Pedroso e, simultaneamente, na memória universal, que recorda os Irmãos Grimm, mesclando tradicional e contemporâneo, sério e burlesco, real e imaginário.

São, todos eles, textos que, cada um à sua maneira, e parafraseando Georges Jean, desenvolvem na criança a sua capacidade sonhadora, correndo o saudável risco de a transformar em adulto criador.


Bibliografia selectiva: Era uma vez uma maçã (1982), Lisboa: Plátano; O Miguel e o gigante (1982), Venda Nova: Bertrand; As três cidras do Amor (1991), Lisboa: Cotovia; O príncipe do Reino dos Lagartos (2008), Porto: Porto Editora.


[Leonor Riscado]
02/2012